terça-feira, 11 de novembro de 2014

RAINBOW DANCE de Len Lye - 11.11.2014 - 19h30


(...) “A seguinte encomenda de Lye, Rainbow Dance foi-lhe arranjada por Grierson. Nas palavras de Lye: “Tentei interessar-me por todas as encomendas do GPO fazendo algo que não tinha ainda sido feito tecnicamente em cinema.” O seu produtor, Cavalcanti entusiasmava-se sempre com esta abordagem: “Len Lye pode ser descrito na história do cinema Britânico por uma palavra – experiência. A experiência mais fantástica foi com a cor. Mas o ritmo vem logo a seguir, bem como os ângulos da câmara e uma forma muito pessoal de explorar a expressão fílmica pura.” Rainbow Dance nasceu do interesse de Lye nos novos processo de separação de cor como o Gasparcolor. Dividindo a imagem em três negativos intermédios (usando filtros de cor) e recombinando-os para produzir uma cópia positiva era ainda um processo complexo, mas permitia um maior controle do produto final permitindo fazer afinações. O realizador também estava intrigado pelo facto dos três negativos intermédios serem a preto e branco, apesar de cada um representar uma área diferente da cor. Ocorreu-lhe que qualquer material a preto e branco podia alimentar este sistema e ser convertido em cores. Tal material podia ser antigo ou novo, positivo ou negativo, filmado ou pintado à mão – não existiam limites. Esta ideia permitiu-lhe ver a tecnologia como um instrumento musical à espera de um intérprete destemido que a conseguisse utilizar para criar cadências de cor. Ou então era como se fosse uma máquina cubista que podia engolir imagens anódinas documentais convertendo-as em fragmentos vivos e multi-coloridos. (…)
Roger Horrocks
in "Len Lye: a biography"